terça-feira, junho 21, 2011

Mas aí me lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu te queria contar esta história. E fiquei triste de novo.
E invento versos tortos em função de te dizer em algumas das linhas o que te queria dizer em alguns dos traços. Os meus actos são de facto, os meus erros mais graves. As hastes entre nós dois são tão fracas, e assim como nas plantas, minhas flores, folhas e meus frutos estão sustentadas nelas. E doí quando elas partem.
As pessoas gostam de sofrer. Senão não voltariam a apaixonar-se.
Eu ? Eu conheço os meus limites, é por isso que os ultrapasso.
tenho vontade de perguntar baixinho: não gostas nem um pouquinho de mim? eu apaixono-me sempre por ti. todas as vezes que te vejo, eu sempre me apaixono por ti.

Entender o amor pra quê?

A gente nunca se acostuma com essas coisas, por mais que a gente escreva. É frase de um lado, poema de outro, conto por cima, livro por baixo. A gente escreve para ver se alimenta, se esvazia, se adormece, e nada. Mas a gente aceita essa ideia de se submeter à nossa própria limitação. Como, por exemplo, já me conformei em entender que só se vive para saciar a sede que o corpo tem e se colar os pedaços que o amor faz. Seria por mais o que? É que a gente gosta de sofrer mesmo. A gente vive atrás do amor e vive correndo dele, como se houvesse lugar algum para se chegar depois dessa correria. É engraçado isso. Engraçado como um cão que corre atrás do próprio rabo. A gente é besta. Ah! Como a gente é besta. Entender o amor pra quê?
Sou tudo e nada ao mesmo tempo. Sou atitudes, sou palavras, sou sentimentos, sou refúgio, sou dor, sou felicidade, sou tristeza. Sou um sorriso, sou uma lágrima, sou uma vontade, sou uma rejeição, sou um blues, sou um rock, sou um fado. Sou o contrário do que disse, apenas por vontade. Sou metamorfose em pessoa e palavras. Sou isso que se faz presente e tão oculto ao mesmo tempo. Eu sou o que mais se sente, e mais se teme. Eu sou reflexo distorcido do teu espelho.